quinta-feira, 29 de março de 2012

Tempo de Refletir

29 de março Quinta


A Clematite Relutante


Por isso disse ao que cuidava da vinha: “Já faz três anos que venho procurar fruto nesta figueira e não acho. Corte-a! Por que deixá-la inutilizar a terra?” Lucas 13:7

Nunca plantei uma figueira, mas já me senti como o homem mencionado na parábola. Tive problemas com uma clematite que frustrou todas as minhas tentativas em fazê-la florescer. Parecia que sempre me desafiava a tentar uma nova estratégia de “ataque”.

Por muitos anos admirei as clematites no quintal do meu vizinho que ressurgiam a cada primavera e floresciam em abundância embelezando o lugar. Queria um pé de clematite em meu quintal também e tinha até escolhido o local para plantá-la: ao lado da caixa do correio próximo ao meio-fio. Imaginei-a enrolando-se no suporte da caixa do correio e decorando-o com flores roxas e avermelhadas.

Mas havia um problema: o solo ao redor da caixa do correio era duro e rochoso. Certa vez tentei fazer um canteiro de flores ali, mas infelizmente as mudas morreram sob o calor do Sol. Assim, a cada primavera sonhava com uma clematite crescendo ali, mas a cada verão acabava decidindo relizar o sonho no ano seguinte.

Foi então que certa primavera me deparei com mudas de clematites numa loja. Através do plástico transparente na parte dianteira da caixa, pude observar os brotos verdes. Aquelas clematites estavam prontas! Comprei duas mudas, levei-as para casa e comecei a imaginar como plantá‑las da melhor forma.

Algumas semanas se passaram antes que eu pudesse preparar o canteiro para as clematites, mas por fim consegui plantá-las. Esperei, esperei. Finalmente, um broto insistente apareceu, depois outro. Parecia que estavam lutando para sobreviver e cresceram apenas poucos centímetros durante o verão.

No ano seguinte tentei outra vez. Mais uma caixa. Plantei novamente, aguei, fertilizei. O resultado foi pior. Em agosto as mudas atrofiadas estavam secando. Logo morreram.

Na primavera seguinte – surpresa! Mal pude acreditar no que via. As clematites ressurgiram saudáveis e fortes do período de hibernação. Cresceram, enrolaram-se em volta do suporte e floresceram em abundância e beleza.

Estou feliz que, assim como o homem mencionado na parábola, concedi outra chance às clematites. É dessa mesma forma que Deus age conosco.

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