Pai Abraão
Abrão creu no Senhor, e isso lhe foi creditado como justiça. Gênesis 15:6
Em Abraão, o pai da fé, podemos ver nosso reflexo. A fé manifestada por Abraão não era uma característica sólida e inalterável desde o princípio, mas uma experiência progressiva de confiança em Deus.
Por um lado, Abraão não foi um bom exemplo de fé. Ao levar a família para o Egito para fugir da fome que assolava Canaã, Abraão arquitetou um plano que, em seu conceito, protegeria sua esposa, Sara, e a ele. Sara era uma mulher muito bonita e Abraão ficou com medo de que os egípcios o matassem para ficar com ela. “Diga que é minha irmã”, instruiu Abraão (Gn 12:13).
Deus já o havia conduzido por um longo trajeto desde Ur dos Caldeus até Harã, a noroeste da Mesopotâmia e abaixo de Canaã. Ele havia saído de sua terra natal pela fé, em obediência ao chamado de Deus, sem saber para onde estava sendo levado. Depositou sua confiança em Jeová.
Mas no Egito sua fé vacilou. Será que Aquele que o havia protegido por tantos quilômetros e tantos anos em várias situações diferentes não poderia – não iria – protegê-lo desta vez? Claro que sim. Mas Abraão tirou os olhos do Senhor e permitiu que as circunstâncias do momento – a terra estrangeira, o povo aparentemente ignorante da existência de Deus – abalassem sua confiança.
Foi um plano imediatista e tolo que ele arquitetou. Na verdade, parece notavelmente egoísta. Abraão estava mais preocupado com a própria pele.
Anos mais tarde, encontramos esse homem cometendo o mesmo erro com Abimeleque, rei de Gerar (Gn 20). Soa familiar? Deus nos leva pelo mesmo caminho na tentativa de ensinar-nos a confiar nEle. Deus não desiste de nós.
“Abrão creu no Senhor, e isso lhe foi creditado como justiça”. O texto de hoje traz o relato clássico de justiça pela fé em vez do esforço humano. Porém, mesmo depois dessa linda declaração, encontramos o pai Abraão, frustrado com a infertilidade de Sarai, tomar a serva Hagar para ser sua concubina.
Passo a passo, gradualmente, Abraão aprendeu a confiar em Deus. Sua fé cresceu lentamente até se transformar em uma fidelidade firme como a rocha.
E quanto a nós?
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