sexta-feira, 4 de maio de 2012

História de Isabela Kanupp demonstra a necessidade de mobilização para a doação de sangue


O aumento no número de bancos de sangue no país é urgente. Foto: Guilherme Cavalcante.
A vida da paulista Isabela Kanupp poderia ter sido encurtada de maneira trágica. Quando tinha apenas 1 ano de idade, Isabela, que é natural de Campinas (SP), foi diagnosticada com cardiopatia congênita, doença caracterizada por uma deformação no coração. Por isso, seus pais a levaram para tratamento no Instituto do Coração, na capital paulista. Lá, ela descobriu que tinha mais dois sérios problemas: o CIV, que é uma abertura na parede que separa os dois ventrículos do coração, e o TGV, gravíssima má formação cardíaca que pode levar a morte.
O ano era 1991. Na época, uma cirurgia para a correção destes problemas era arriscada e inédita no Brasil. No entanto, essencial. A primeira etapa da operação seria uma transfusão sanguínea que seria feita com o próprio banco de sangue do hospital, o qual acabou sendo insuficiente. A vida de Isabela estava por um fio. Ela precisava repor quase toda a quantia de sangue do seu corpo devido à delicada cirurgia. Seus pais, então, mobilizaram uma caravana com amigos, parentes e conhecidos para irem a São Paulo doar sangue para o Instituto. A iniciativa acabou sendo fundamental para a cirurgia, que foi um sucesso. “A doação salvou a minha vida”, afirma Isabela.
A menina cresceu e atualmente leva uma vida normal. Se recuperou completamente dos problemas e, hoje, é mãe de Beatriz, com 2 anos de idade. A paulista possui um blog que utiliza para dar dicas sobre maternidade. “Levo uma vida completamente normal, sou realizada. E tudo isso só se tornou possível graças à atitude de várias pessoas em doarem seu sangue.” argumenta.
Apesar da bela história, a realidade das doações de sangue no Brasil não tem sido muito positiva. Segundo um levantamento do Ministério da Saúde, o Brasil possui cerca de 1,8% de doadores anuais em meio ao total da população, número bem inferior ao recomendado pela Organização Mundial da Saúde, que é, de no mínimo, 3,5%.
Segundo a enfermeira Mariana Gonçalves, o baixo número de doadores afeta todo o sistema hospitalar. “Esse problema deixa toda a equipe médica de mãos atadas”, expõe. E o número de doadores cai ainda mais em época de férias e inverno, quando a queda no número de doadores pode chegar a 30%.
O pastor Javã Batista, que já liderou e participou de várias campanhas do projeto Vida por Vidas, relata a experiência única na vida das pessoas que vão doar sangue. “É emocionante poder enxergar no rosto de cada um que vai doar a felicidade genuína. Uma alegria verdadeira por saber que está contribuindo para a vida de alguém”, conta.
As campanhas de doação de sangue do projeto têm rompido inúmeras barreiras, especialmente se tratando do receio da população quanto ao ato de doar. Para a professora de enfermagem Ligia Richter, esse “medo” acaba prejudicando os hospitais e todo o sistema de coleta de sangue. “Essas informações incorretas e mitos populares relativos aos efeitos da doação de sangue no organismo do doador prejudicam o trabalho nos hospitais e acabam privando pessoas que realmente necessitam do sangue”, ressalta.
O aumento no número de bancos de sangue no país é urgente. A enfermeira Mariana Gonçalves ressalta o porquê desta urgência. “Com o aumento no número de doadores, o ambiente hospitalar seria descentralizado, sem filas, agilizando assim o processo de transfusão de inúmeros pacientes”, revela Mariana. Para um país que necessita diariamente de 5500 bolsas de sangue, a mobilização por parte da população em projetos como o Vida por Vidas se torna essencial. Somente assim, histórias como a de Isabela deixarão de serem exceções. [Equipe ASN, Guilherme Cavalcante]

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