quinta-feira, 20 de setembro de 2012

Tempo de Refletir


20 de setembro Quinta


Fraudes e Fé


Ora, a fé é a certeza daquilo que esperamos e a prova das coisas que não vemos. Hebreus 11:1

Há vários anos, uma caixa de pedra foi descoberta em Israel. Tratava-se de um ossuário, objeto usado para guardar os ossos de alguém falecido na época de Jesus. Nada de especial até aqui – muitas caixas como essa foram desenterradas pelos arqueólogos. Essa, no entanto, continha uma inscrição em um dos lados. As palavras, em aramaico antigo, diziam: “Tiago, filho de José, irmão de Jesus.”

A caixa causou grande comoção no mundo. Mais de 100 mil pessoas apareceram para ver a caixa em sua primeira exposição. Ela foi capa dos conceituados periódicos The New York Times e Biblical Archaeology Review. Esse objeto parecia oferecer a primeira evidência arqueológica consistente de que Jesus de fato existiu.

Alguns estudiosos, porém, duvidaram. A caixa não havia sido descoberta durante uma escavação autorizada: ela simplesmente apareceu em um antiquário. Os peritos em inscrições antigas notaram que as duas metades da inscrição não estavam iguais: “Tiago, filho de José” tinha formas retas, mas “irmão de Jesus” estava desigual, com letras diferentes. Mais tarde, a trajetória da caixa foi rastreada até o apartamento em Tel Aviv do empresário israelita Oded Golan. Ele alegou ter comprado a caixa de um negociante árabe na década de 1970. Mais tarde, o usuário e a inscrição foram declarados autênticos.

Logo após o ossuário ter sido exposto em Toronto, fez-se outra grande descoberta: uma tábua que supostamente pertenceu ao Templo do rei Salomão. Ao investigar a trajetória da tábua, descobriu-se que ela veio do mesmo lugar: o apartamento de Oded Golan. Os detetives israelitas vasculharam o prédio e descobriram uma oficina contendo furadeiras, brasões incompletos, porções de terra e carvão. Os oficiais chamaram aquilo de fábrica de fraudes, e acusaram o empresário de falsificação.

Tanto no passado quanto hoje, muitas pessoas procuram pretextos palpáveis nos quais apoiar sua religião. A verdadeira fé, no entanto, não requer tais escoras. A fé “é a mão que se apega a Cristo e se apodera de Seus méritos, o remédio contra o pecado” (O Desejado de Todas as Nações, p. 175). A palavra original traduzida por “certeza” em Hebreus 11:1 pode significar “escritura de propriedade”. Ter fé significa segurar em nossas mãos a escritura de propriedade do Céu. Nunca estivemos lá, nunca vimos como é, mas ele é nosso como se já o conhecêssemos.

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