quinta-feira, 26 de abril de 2012

Tempo de Refletir


26 de abril Quinta


O Teste Supremo


Respondeu Abraão: “Deus mesmo há de prover o cordeiro para o holocausto, meu filho”. E os dois continuaram a caminhar juntos. Gênesis 22:8

Mesmo após 4.000 anos essa história ainda atinge nosso coração com um punhal tão real quanto a faca na mão do pai já idoso. Se fosse um conto tirado da literatura pagã ou de algum relato estilo tabloide da mídia moderna, poderíamos mantê-la longe de nossa vista e pensamento. No entanto, não podemos ignorá-la, pois foi descrita nas Sagradas Escrituras como o auge da saga de Abraão, o pai da fé. Temos que lê-la, temos que tentar compreendê-la.

Algumas perguntas pairam no ar. Por que Jeová, que declarou a Moisés ser o Deus todo-compassivo, ordenaria que um pai assassinasse o próprio filho? Como pôde o mesmo Deus que condenou a abominação do sacrifício humano ordenar a Abraão: “Tome seu filho, seu único filho, Isaque, a quem você ama, e vá para a região de Moriá. Sacrifique-o ali como holocausto num dos montes que lhe indicarei” (Gn 22:2)?

Caro amigo, como você reagiria diante de tal ordem do Senhor? Enfiar uma faca no coração de seu próprio filho? Acender o fogo e queimar seu amado descendente até virar carvão e cinzas? Duvido muito que eu seria capaz de fazer isso. Provavelmente convenceria a mim mesmo de que não ouvira a voz de Deus, mas a do diabo.

Levaria essa questão em consideração apenas se tivesse um relacionamento tão íntimo com Deus que saberia ser a Sua voz que me ordenara a cometer tamanha barbaridade. Poderia pensar em talvez obedecer-Lhe apenas se minha confiança nEle fosse forte e clara o bastante.

O relacionamento entre Abraão e Deus era assim. Já idoso, Abraão conhecia Deus intimamente. Depois de todos os altos e baixos do passado, depois de todos os equívocos de uma fé em crescimento, Abraão havia amadurecido a ponto de o Senhor aplicar-lhe o teste máximo – um teste maior do que tirar a própria vida.

Não devemos ignorar a atitude de Isaque nesse drama. O garoto poderia ter fugido, mas em vez disso deixou o pai amarrá-lo sobre o altar e aguardou a morte.

Apenas através do mistério do Calvário é que compreendemos o enigma dessa história intrigante. Ali vemos o Pai e o Filho, em atitude voluntária, caminhando juntos para o local da morte pelos pecados do mundo.

Dessa vez, porém, nenhum anjo apareceu para impedir a mão assassina do algoz de cumprir sua tarefa.

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