Não raro, as mensagens pregadas em nossas Igrejas são qualificadas como boas ou ruins tendo por base unicamente um critério: O chorômetro. Explico: o chorômetro é o medidor extraoficial de qualidade, um selo “INMETRO cristão” para termos idéia de o quanto um sermão atingira seu objetivo. Quem já não fez a pergunta e ouviu a célebre resposta: – E aí, como foi o Culto? E a Resposta: – Foi maravilhoso, todos choraram. Mas será que realmente foi tudo isso?
Critérios. Cada qual tem os seus e precisam ser respeitados. Há quem prefira mensagens curtas e objetivas, de cunho leve e de fácil compreensão. Há outros que tem preferência por questões doutrinárias, amam ouvir falar do sábado como dia santo, do santuário, da volta de Jesus, entre outros. Também há os que adoram assuntos dogmáticos, apocalípticos, misteriosos, sobre comportamento e há quem não goste de nada. Mas o que é muito comum a residentes em todos estes grupos é a forma como avaliam uma pregação: através das emoções.
Tenho sérias restrições a estas avaliações emocionais da fé. Primeiro, porque as Escrituras afirmam que Deus é nosso culto… RACIONAL, e segundo, porque na minha experiência cristã tenho observado o quanto o emocionalismo é prejudicial à fé do converso, e do pretenso converso. Por mais que se tente mover uma centena de corações para o lado bom da vida, o sentimentalismo não é a recomendação mais adequada para tal, pois o sentimentalismo não tem estrutura sólida para suportar os dias difíceis que virão. Toda a decisão precisa partir da racionalidade humana, pesando a importância e seriedade da questão, avaliando se é o momento correto, se realmente haverá compromisso com Deus, a Igreja e a Missão que se estabelece a partir de então.
A maioria das pessoas acredita que sou avesso às grandes conferências ministradas por evangelistas, sejam os mais conhecidos que entram em nossa casa através da TV Novo Tempo todos os dias, ou os menos pautados, que são designados pelas associações locais para realizar o trabalho que a Igreja tem falhado, mas não condiz isto com a verdade completa. Me incomoda apenas a forma como as pessoas são batizadas muita vezes, por “atacado”, sem realmente pesar a decisão e o quanto esta influenciará o restante de sua história, e muito disso decorre de nosso erro em criar um ambiente exageradamente emocionalista, praticamente obrigando a pessoa a aceitar o batismo, não por força, mas por sentimento. Então, passado o frenesi da série de conferências, quando o evangelista vai embora e é hora do lado racional ser exigido, não há como se manter firme, e a pessoa logo deixa a Igreja, e muitas vezes pra nunca mais voltar.
O chorômetro não provoca mudanças duradouras, são todas temporárias e irracionais, tomadas no afã de uma mensagem musical bem cantada, do aflorar extremo da emoção de um sermão bem estruturado e com o objetivo de fazer chorar.
Do contrário, a emoção madura denota um coração transformado, aberto a mensagens espirituais, é um extravasar de sentimentos de comoção com o que Jesus é, e foi capaz de fazer por mim. Porém, a manifestação de sentimento precisa ser acompanhada de firme propósito, decisão e prática de vida, uma mudança completa se inicia, nada será como antes, trata-se de uma fé racional, compreende? Estes, geralmente são perseverantes e por mais errantes que sejam seus passos, se negam a abandonar o Homem que fora pendurado na velha cruz por eles e são estes que, provavelmente irão terminar uma obra especial. Mas isto é assunto para outro artigo…
Confira o Estilo de Vida Cristão na sua Bíblia em Romanos 12:1.
Por Lucas Cambraia.
Publicado originalmente em Plena Verdade
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