Pesquisadores da Califórnia (EUA) analisaram as dietas de 73 mil frequentadores da Igreja Adventista do Sétimo Dia para o chamado Estudo da Saúde Adventista, e descobriram que aqueles que não consomem carne têm um risco de morte 12% menor em comparação aos outros.
“Certas dietas vegetarianas estão associadas a reduções em todas as causas da [morte], bem como algumas causas específicas, incluindo doença cardíaca, doença renal, mortes relacionadas ao sistema endócrino e morte relacionada a outras doenças, como diabetes”, disse o pesquisador Dr. Michael Orlich, especialista em medicina preventiva na Universidade de Loma Linda, em Loma Linda, Califórnia.
A grande questão que fica é por quê. Infelizmente, o estudo não foi desenhado para responder isso. Orlich observou: “Reduções de carne na dieta vegetariana podem ser parte da razão, mas também pode ser devido a maior quantidade de alimentos de origem vegetal”. Por fim, também é possível que os vegetarianos levem vidas mais saudáveis no geral.
Para o estudo, os pesquisadores usaram um questionário para avaliar os padrões alimentares e escolheram homens e mulheres que aderiram a uma das cinco dietas: não vegetarianos, semi-vegetarianos (comem carne ou peixe não mais do que uma vez por semana); pesco- vegetarianos (consome frutos do mar); ovo-lacto-vegetarianos (inclui produtos lácteos e ovos) e vegans, que não comem qualquer produto de origem animal.
Durante o tempo do estudo, que durou mais de cinco anos, 2.570 pessoas morreram. Os vegetarianos eram cerca de 12% do grupo com menor probabilidade de morrer de qualquer causa do que os consumidores de carne. E a vantagem de sobrevivência parecia ser mais forte nos homens do que nas mulheres.
Além disso, os pesquisadores notaram que os vegetarianos tendem a ser mais velhos (com uma expectativa de vida maior) e mais educados, a realizar mais atividade física e menos propensos a beber álcool ou fumar do que os carnívoros.
O estudo também não identificou qual o tipo de dieta vegetariana fornece o maior benefício de sobrevivência, porque foram comparadas apenas com dietas não vegetarianas, e não umas com as outras.
A equipe de pesquisadores agora planeja examinar os padrões de consumo de alimentos observados em cada dieta vegetariana. “Queremos ver o que eles comem mais ou menos, e, em seguida, investigar o efeito sobre a mortalidade ou associada a alimentos específicos, que representam a maior parte desta associação aparente. É a falta de carne a grande questão, ou é a quantidade de alimentos de origem vegetal a responsável?”, disse Orlich.
A nutricionista Nancy Copperman disse que a fibra em dietas vegetarianas pode ser o que está conduzindo a este traço de maior sobrevivência. “Não são apenas frutas e legumes, mas todos os tipos de fibras [incluindo grãos integrais] que parecem realmente reduzir os riscos à saúde”, disse ela. “O novo estudo empurra a literatura que estamos construindo sobre o impacto que os grãos integrais, frutas e vegetais pode ter sobre a saúde”.
Já Rebecca Solomon, nutricionista no Mount Sinai Medical Center, em Nova York (EUA), observou que as dietas à base de plantas podem ser benéficas apenas se forem feitas com atenção e dedicação. “Você precisa ter certeza de que tem um bom equilíbrio de nutrientes, apesar da omissão de alguns ou de todos os produtos de origem animal”, acrescentou.
O que ocorre, segundo ela, é que alguns vegetarianos podem exagerar nos carboidratos e gorduras, o que pode levar ao ganho de peso e problemas de saúde associados. “Meu conselho geral é que você não precisa ser um vegetariano para melhorar sua saúde e expectativa de vida. Comer proteínas magras, como aves e peixes, e seguir alguns dos princípios da dieta mediterrânea, que inclui quantidades generosas de legumes, frutas e cereais integrais, sem carne vermelha pode ser muito benéfico”, explica.
Para uma vegan obstinada como Stephanie Prather, 45, no entanto, a notícia pode vir sem nenhuma surpresa. Ela não come nenhum produto animal há mais de dois anos, e chegou a mudar de carreira no meio do caminho para se tornar um chef de pastelaria vegana. Não só ela se sentiu melhor, como perdeu cerca de 20 quilos desde que excluiu todos os produtos de origem animal de sua dieta.
A recente pesquisa segue um outro estudo britânico divulgado em janeiro, o qual mostrou que os vegetarianos tinham cerca de um terço menos risco de hospitalização ou morte por doença cardiovascular do que as pessoas que consumem carne regularmente.
O estudo incluiu 45 mil pessoas da Inglaterra e da Escócia, sendo um terço vegetarianos. Segundo os resultados, estes tinham uma chance 32% menor de serem hospitalizados ou morrerem de doença cardíaca. Eles também apresentavam menor pressão arterial e níveis de colesterol mais baixo do que os não vegetarianos.[WebMD]
Fonte: http://hypescience.com
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