quinta-feira, 13 de março de 2014

E aí, vamos "limpar" a igreja?

Sim, existem comportamentos na igreja que me incomodam.
Sim, se dependesse de mim algumas pessoas não fariam parte da igreja.
Sim, sei que esses pensamentos podem ser perigosos e pecaminosos.

Ao lado do meu ímpeto justiceiro, eu tenho a experiência de Jesus “purificando” o templo com um chicote, alem de vários juízos divinos entre o seu povo. No entanto, existem vários textos bíblicos que nos orientam a não julgar, não condenar, e até mesmo a deixar o trigo e joio crescerem juntos até o tempo da colheita.

Então, que postura devemos adotar? Julgo ou não julgo, limpo ou não limpo a igreja?

Existe um caminho sobremodo excelente indicado por Paulo, que é o amor (1Co 13). Esse é um ótimo começo. Se em tudo o que eu fizer não houver o selo do amor divino, não vai servir de nada.

Parece-me uma obrigação cristã julgar. Devemos julgar pessoas, ensinos e atitudes dentro de nossas claras limitações humanas (nunca julgaremos as intenções, por exemplo, a menos que se tornem conhecidas). A proibição de julgar refere-se a preconceitos e a julgamentos precipitados sobre intenções não conhecidas e fatos dos quais não temos pleno conhecimento. Também se refere ao espírito critico e condenatório.

Mas, após julgarmos, o que fazemos? Estamos autorizados a pegar o chicote e sair limpando o templo como Jesus fez? Não. A menos que você esteja disposto a subir o monte de calvário e morrer por cada uma dessas pessoas, você não tem nenhuma autorização para fazer isso.

No entanto, a disciplina eclesiástica existe, é matéria bíblica. Deveríamos aprender biblicamente como lidar com escândalos, pecados publicamente cometidos e comportamentos abertamente contrários ao que ensina a Bíblia.

Em nossa boa intenção de “purificar” a igreja e manter o alto padrão, corremos o risco de agir como os fariseus da época de Jesus: criamos uma comunidade excludente.

Fugindo do extremo das igrejas liberais, que tornaram o Evangelho em mero detalhe ornamental de vidas pecaminosas, podemos cair facilmente no outro extremo, de tornar o Evangelho no chicote para massacrar pessoas em nossa tentativa de separar manualmente o joio do trigo.

Quando surgir aquela "santa" vontade de limpar a igreja de seus membros infiéis e manter os pecadores do lado de fora, pense na sua historia. Aquele que o convidou "Vinde a mim" prometeu que todo aquele que fosse a Ele seria aceito, e de modo algum Ele o lançaria fora.


Vanessa Meira - Resumo da Ópera
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